Quero ser...

Quero ser o mistério da lua,
Em suas fases, deslumbrar
Cada uma com seu encanto.
E assim te enfeitiçar.


Quero ser o nascer do sol,
Para irradiar o teu dia,
O arco-íris embelezar
A delicadeza do teu caminhar.

Quero ser o momento 
Que invade teu desejo
Aluciando teu maior pecado,
Que emancipa teu pensamento. 

Quero ser a alegria
Do  teu sorriso fulgurante
A lágrima que rola de felicidade
No teu rosto iriante. 

Vida

Vida! Quão bela és tu!
Quanta alegria há
No sorriso de uma criança,
Na inocência da juventude,
No idoso sua virtude.


Vida! Gerada de um ato.
Mágico, extraordinário,
Único, a dois, sem igual.
No gesto de amor,
Tão sublime e encantador.

Plenitude do viver.
O universo conspira
Na intenção de fazer valer
A beleza da vida,
De tão somente viver!

A vida é uma preciosidade.
Cada segundo, respirar.
É magnânimo viver,
Valorizar cada minuto
Que a vida pode nos ofertar.

Memórias...

Recordações....
Vidas passadas.
Amores que se foram,
Paixões  distorcidas.

Memorial de lembranças.
Momentos nostalgicos.
De uma vida inteira
Que se deixou passar.

Sentimento árduo
De um amor intenso.
O vento se encarregou de levar,
O que o tempo conquistou.

Memórias, lembranças...
Amor, paixão, sentimento.
O tempo e o vento mera citação,
De uma realidade que nunca existira.

Dor da saudade

Amanheceu...
Neblinas, tempo frio.
O brilho do sol se esconde,
E com ele a saudade de você.

Paira um nevoeiro
Em meu coração.
Alastrou uma tempestade
Desnorteando minha emoção.

As horas se passam.
A angústia e a ausência
São companhias da dor,
Da saudade que ficou.

No instante inopino
A esperança  renasce,
Nesse coração plangente,
A dor que deveras sente.

O olhar...

No fascínio, a ternura.
Transparecia como água cristalina,
Banha minha áurea,
Molha meu desejo ardente
No mergulho do teu olhar.

Sutilmente, despiste-me.
Com doçura e destreza
A nudez se via no teu olhar.
Ondas que dançam no mar
Era meu corpo no auge de te tocar.

Tua boca em gestos balbuciava,
Os pensamentos obscenos.
Exalava em êxtase, nudez total.
Era  loucura, desejos insanos,
Quando os olhos se cruzavam.

Sonho...

Estava em teus braços

Nos lençóis, desejo ardente,

Na delicia dessa saliência,

Perdi-me no teu corpo alienante.

Ah! Incontrolável libido!

Que estremece meu ego

Dilacera meu instinto feminino

Sem pudor, sem juízo.

O mais raro das delícias,

Vinho tinto, favo de mel.

Tua boca suave veneno,

Martiriza-me com  sussurros,

Com doçura, leva-me ao céu. 

Doce loucura!

A paixão consumia.

A realidade nua e crua

Feriu-me a tristeza

Era tudo sonho, acordei!

Coração solitário

Eta, coração solitário!
Perambulas pelo vasto mundo,
Caminhas pelos trilhos da vida
E nada de tua alma gêmea encontrar.

Tu viste noites cair
Na escuridão do luar.
O brilho das estrelas se apagaram
E tua metade continuas a procurar.

Não desistas coração!
Vai atrás do teu bem querer,
No instante do momento,
Ele pode aparecer.

Eta, coração solitário!
Percorres seu caminhar.
Ininterrupto na busca
De um amor encontrar.

Noites a fora...

Noites a fora...
No meio do caminho,
Nas calçadas, a multidão.
Carros, alegria, paredão.
Sons que alegra o coração.

Quanto entusiasmo!
No bar, no restaurante,
Pessoas soltam  a emoção.
Alegria contagiante
Ao som do Nova Cor.

Noites frias, quentes,
Agradáveis companhias.
Amigos, conhecidos ou não.
No teclado, a sintonia
Que balbucia sem pronunciar.

A melodia cantada,
Numa interpretação
Bela, única, singular.
Faz resplandecer
Como o brilho do luar.

Musical Nova Cor
Reluz alegria e magia
No rosto encantado da plateia
Que irradia a sensação,
De uma noite abnoitar.

No teu corpo...

No teu corpo...
Tenho alucinações de amor,
Deliríos constantes.
Nas fantasias eróticas,
Sede dos amantes.

No teu corpo...
Minhas mãos passeiam,
Enlouqueço de prazer,
Sinto queimar a pele,
Meu corpo estremecer.

No teu corpo...
Desejo insaciável.
Na pele a sensibilidade.
Tua boca quente e molhada,
Sinto a paixão aflorada.

No teu corpo...
Alta temperatura,
Libido incontrolável,
Borbulhas de amor
Quando corpos se entrelaçam.

Vaidade...

No percurso da vida
Um botão desabrocha.
Suas pétalas salientes
No orvalho  da flor.

A sutileza da pele
Exala seu perfume.
E no jardim da vida,
A vaidade se engrandece.

A flor de outrora,
Doce, rígida, agora se desfaz.
Pele sensível, pálida, enrugada...
Marcas que o tempo traz.

As linhas se acentuam.
Vê-se a beleza de suas luas,
Não mais como antes,
Agora então,  amadurecida.

O tempo leva...
Sonhos, tristezas, alegrias.
Deixa marcas belas
Que a própria natureza revela.

Lúcidos  momentos,
Flor em pétalas caindo.
A vaidade prevalece.
O espelho reluz a beleza
Do rosto envelhecido da flor.

Na aparência os traços e linhas
Beleza sem igual,
Que fixa no teu exterior.
Etapas da vida, seja como for
O belo está no teu interior.

Palavras de um olhar

Palavras soltas no ar
Pensamentos volúveis
Vazam entre as cabeças
Como nuvem sobre a multidão.

Vastos são os pensamentos
Medíocres os sentimentos
Das palavras meliantes
Significantes ou não...

Quão doce seria o pensar!
Das palavras o estrondo impactante
Na multidão saliente
Floresce a meiguice das palavras de um olhar.

Náufrago coração

No naufrágio do coração
Ilusões, paixões e sentimentos
São levados pelas águas correntes
Como rio que deságua no mar
E mistura-se no silêncio de uma revoada.

Confusão e dúvidas pairam no ar
Quanta incerteza gera o coração.
Na plenitude do infinito
Tempo de dor e indecisão
Perde-se no náufrago, a emoção.

Ah! Coração...
Se soubesses nadar!
Mergulharia na paixão avassaladora
No carinho do aconchego, se banharia
E encontraria o amor em sua simetria.






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